No caso dos passarinhos é bem simples, basta estender as asas e alçar vôo. Para nós, meros mortais, o negócio é um pouco mais complicado,
exigindo equipamentos pesados e que, por sinal, levamos décadas para desenvolver (nós, humanidade, hehehe). Mas tudo isso compensa quando levantamos nossos pés e o vento nos leva em uma roda gigante que sobe, sobe e sobe mais. No último final de semana experimentei essa sensação, voando de parapente em Itacima, no Maciço de Baturité, a alguns quilômetros de Fortaleza.
Claro, desprender-se do chão pela primeira vez é bem complicado, é um exercício bem interessante de desapego material (e eu sou apegado, muito bem obrigado). Tudo que representa sua segurança está ligado ao chão, ele te dá suporte, "perder o chão" é antes de mais nada, se lançar para além do seu conforto.
Hum, estou vendo uma barraquinha de sorvetes... |
E como a maior parte das coisas na vida: a expectativa é esmagadoramente bem pior que o evento em si.
Não estou nervosa, não estou nervosa, não estou nervosa... |
Os segundos que antecedem são os piores, é comum passar um filminho rápido de como, e principalmente, o "POR QUÊ" de se estar lá pretendendo fazer aquilo. Não há muito o que se possa fazer, a coragem não é a "ausência" do medo, mas sim o controle dele, em suma, não entre em pânico!
Os ajustes finais. |
Tendo feito todos os ajustes, considerações acerca da velocidade e direção do vento (e qualquer outro dado técnico complicado que não entendo), esticamos o parapente e pronto. Estamos prontos para partir, não estamos? Aparentemente sim.
Nem é tão assustador assim vai. |
Novamente, o momento em que tiramos o pé do chão é assustador mas, uma vez lá em cima na roda gigante, é tudo tão calmo e tranquilo (se você gosta de música clássica, tente imaginar uma sonata de Bethoven nessa hora, se não, sinta-se à vontade para mudar a trilha sonora).
Cuidado com o sol Ícaro. |
Nessa hora a expressão "ao sabor dos ventos" ganha um novo sentido. A sensação de superação é indescritível, por isso meus amigos, tudo que tenho a dizer para encerrar este post é: não tenham medo, estiquem suas próprias asas e levantem vôo!
EM BREVE VÍDEO...